Afinal o que é solidão?
- Mônica Oliveira
- 25 de nov. de 2018
- 4 min de leitura

Penso que um dos grandes males da sociedade contemporânea é a solidão cuja qual as pessoas se queixam a todo instante. Mas pense comigo, não há casos em que você está rodeado de pessoas e mesmo assim se sente só pelo fato de não haver a menor conexão com tais pessoas?
Pensando em solidão, vejo que esta instala-se dentro de nós independente das circunstâncias. Nos distraímos com pessoas e grupos mesmo que desconexos à nós somente pelo fato de termos alguma companhia, mesmo que para fazer coisas em comum, porém sem a menor interação de idéias e hábitos. A busca constante pela popularidade leva-nos a crer que muitas vezes fugimos da companhia de nós mesmos, pois podemos ser nosso maior amigo ou nosso pior inimigo.
Temos dificuldade em nos depararmos com nosso eu verdadeiro. Desvendar nosso inventário pessoal sobre o que somos, o que fazemos e para onde de fato estamos caminhando?
Vivi muitos anos de maneira solitária e embora esta palavra denote algo negativo eu a vejo de maneira super positiva pois é no nosso silêncio em que firmamos verdadeira conexão pois seremos obrigados a dar ouvidos aos nossos pensamentos e ações.
Este é o momento crucial, nossas conversas internas! Olhar para nossas sombras, nossa infância e os dissabores e alegrias nela vividos que tanto contribuíram para a formação de nossa personalidade. Trazer este aprendizado para o agora e ver as adequações na sociedade contemporânea, buscar um lugar ao sol.
Nos distraímos com a ausência de pessoas e atribuímos tristezas e mazelas do agora pelo fato de não termos convivência com pessoas muitas vezes.
Mas a solidão está dentro de nós! Moramos com nossos pais e nos sentimos sós pois é notório que os conflitos de gerações nos afetam na mocidade.
Nos casamos e temos filhos e continuamos a nos sentir sós pois o cônjuge muito vezes percorre seus interesses pessoais e mesmo que seja presente, há o distanciamento de valores e idéias.
Nossos filhos entram na adolescência e na maturidade e atribuímos nossa solidão pela síndrome do ninho vazio, quando nossos filhos decidem trilhar seus próprios caminhos.
Nos sentimos sós pois nosso cônjuge nunca está conosco nas festas de parentes, amigos ou nas confraternizações de final de ano.
Nos sentimos sós face ao luto que vivemos de nosso cônjuge, ou porque este partiu para uma outra vida ou para outro mundo.
Reclamamos da solidão pois mais um final de semana em que os amigos estão em algum outro lugar e estamos sós.
Há lamentações por estarmos com nossos filhos, nas confraternizações com parentes e amigos, ao lado de nosso amado cônjuge e mesmo assim nos sentirmos sós.
A solidão é presente em nossas vidas desde o nascimento até o fim. E nos queixamos de solidão.
Porém quando estamos em sintonia conosco, com nossos objetivos, gratos e felizes por tudo que temos e conquistamos nos revigoramos de uma maneira tão incrível que há brilhos nos olhos e podemos dançar livremente a dança da alma.
A satisfação invade nosso ser que tudo tanto faz!!
A solidão se dissipa e somos nutridos pela alegria do viver!
Somos mais amigos, mais parceiros, mais pais e filhos
A vida nos sorri mesmo num dia chuvoso e nos ilumina com os raios quentes do sol!
Podemos contemplar a natureza e tudo que há ao seu redor. O pôr do sol é lindo de qualquer planície, de qualquer geografia, mesmo entre os prédios da cidade. Estes nos alcança na alma e nos enche de regozijo e felicidade.
O cantar dos pássaros são mais belos e o verde sempre mais verde independente se estamos sob o topo de uma montanha ou observando o vaso de nossa sala.
O vento é sempre fresco e agradável
A água sempre curando nossas emoções e movimentando nosso ser quer esta sendo de uma cachoeira, do mar ou mesmo de nosso chuveiro.
E de repente observamos que estamos em agradecimento pela vida e por tudo que nos cerca, preparados para vencer as circunstâncias, construindo nosso destino em gratidão e fé!
Por isso penso que a solidão é um estado de espírito, um suspiro, um momento em que as engrenagens não estão corretamente alocadas nos eixos.
A vida é cheia de mistérios e a observação nos proporciona momentos de grandes aprendizados e vivências.
Que possamos nos preencher de nós mesmo em amor e gratidão! Que possamos nos amar incondicionalmente independente de nosso estereótipo ou poder aquisitivo, pois afinal levaremos conosco nosso aprendizado e conhecimento, experiências e vivências.
É maravilhoso estar rodeado de familiares e amigos, mas desde que todo o cenário seja verdadeiro e original, caso contrário, será apenas um jogo de egos que nos machucará futuramente.
Mais vale a companhia de nós mesmos do que a companhia insípida e inodora de vários.
E é muito bom nos depararmos conosco, desvendarmos os mistérios de nossa alma em nosso silêncio que em muito nos responde.
E quando atingirmos este processo de vida, os amigos serão sempre bem vindos, desde que verdadeiros e genuínos, os familiares serão sempre bem vindos, desde que demonstrem amor e cumplicidade conosco diante de quaisquer circunstâncias!
O mais importante é termos nossa companhia primeiramente e nossa cumplicidade para conosco sempre em busca de crescimento e aprimoramento pessoal. Que possamos nos converter em nossos próprios mestres.
Gratidão à vida!
Comments