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Deixar ir...

  • Foto do escritor: Mônica Oliveira
    Mônica Oliveira
  • 2 de nov. de 2018
  • 3 min de leitura

Fui uma criança reflexiva, um jovem reflexivo, e hoje uma anciã reflexiva e quando olho para a vida e toda sua existência agradeço por ter tido a oportunidade de estar neste plano. Observo como a vida é cíclica e como nossos valores se transformam com o decorrer da caminhada. Cada trilha tem sua beleza e seus obstáculos a transpor, uns mais fáceis, outros mais difíceis. As pessoas também são outras a cada trilha e nosso grau de afinidade também se transforma. Coisas que valorizávamos tanto no ontem perde o total sentido no hoje. Passei realmente por um processo de muitos lutos na minha vida desde criança em meio aos meus 5 anos de idade. Aprendi a vivê-los mas confesso-lhes de que são dores que mesmo sob transmutação deixaram cicatrizes que muitas vezes não gosto de olhar. Parece que estou sendo pragmática e ingrata face ao milagre da vida não? Muito pelo contrário, os lutos formaram minha personalidade e minhas emoções. Quando se perde desde muito cedo, aprendemos a valorizar os momentos, as pessoas a nossa volta, a respeitar o espaço alheio, a tolerar as situações em silencio, a sofrer muitas vezes calada mas também se alegrar da mesma forma. Somos obrigados a criar anticorpos para sobreviver nesta selva de pedra repleta de pessoas materialistas e fúteis. Confesso que este padrão me cansa e pouco me encanta mas também posso parecer intolerante se não procurar respeitar estes espaços também. Sei que me sinto entristecida quando ouço alguns comentários ofensivos mesmo que de outras pessoas, pois quando abraçamos os reais objetivos da vida, podemos contemplar a beleza e a força do cosmo e da natureza. Tenho refletido nos meus lutos e como reagi a cada um deles, sei que me fortaleço e não desisto de viver e buscar minha essência. Percebo que quanto mais me interiorizo menos tem importância pra mim a opinião dos outros porque o que eu quero mesmo é sentir paz e serenidade! A paz e a serenidade atualmente são mais relevantes do que a própria felicidade, pois mesmo em momentos de profunda tristeza consigo sentir paz e serenidade com meu eu, com o cosmos. Mesmo em situações adversas eu posso confiar e acreditar em um amanhã que pareça ser melhor pra mim. Deixo ir. Deixo o material e o supérfluo ir, deixo o povo ácido e fofoqueiro ir, deixo o julgamento e a agressividade ir, deixo o competidor ir, deixo até aqueles que amo ir. Deixo tudo ir livremente e levemente. Me desconecto, me interiorizo, vivo meus lutos pois estes sempre me ensinam a transpor as barreiras do meio do caminho.

Ao contrário do que muitos imaginam, meu coração passa a amar mais e a valorizar mais os momentos singelos e verdadeiros da vida.

Se você se identificou, deixe ir. Traga na sua memória aquilo que realmente lhe traz esperança. O passado é história, o futuro é mistério e o presente é um presente divino!

Que possamos viver os presentes que a vida nos dá! Que possamos viver a essência das situações e da vida! Que possamos nos amar e nos preservar, preservar nossos pensamentos, nossas ações, nosso cotidiano. Ninguém precisa visualizar seus passos a todo instante... pense nisto!

Flua com a vida naturalmente! Você não precisa mostrar nas redes sociais a todo instante que sua vida é maravilhosa! Que você tem uma família feliz, um cônjuge incrível, muito dinheiro e que tem uma vida social ativa! Se for verdade tudo isto, já experimentou reservar para você somente? Saborear naturalmente as coisas boas da vida? Como também você não precisa tornar público os dissabores de sua existência. Já pensou em participar poucos mas que verdadeiramente irão lhe ouvir com amor e carinho? O que é importante? Muitos "likes"ou um abraço sincero? Deixe ir. Deixe tudo isto ir! Isto está lhe consumindo! Você não deve nada a sociedade! Seja você mesmo! Volte ao princípio em que um abraço e uma xícara de chá com um amigo eram momentos incríveis! E somente isto! Se rolava uma foto? Sabe-se lá quando esta iria ser revelada. Quanta saudades deste momentos em que as pessoas estavam plenas nos lugares para apreciar os amigos de verdade, as pessoas tinham um olhar contemplativo a tudo. Quantas saudades! Mas deixo ir mesmo porque o cenário é outro agora. Muitos "likes", muitos amigos virtuais, pouca essência de vida, poucos abraços...

Deixe ir somente.

Blessed be )o(




 
 
 

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